quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Os fins justificam os meios.


Esperei por esse dia. Durante um ano não atualizei o blog, nem a frase pessoal do orkut, não só por falta de tempo mas pra ter um motivo a mais pra isso.
É fevereiro! O mês de retomada da rotina para uns, de comemorar o carnaval para outros, ou simplesmente apenas mais um fevereiro para a maioria.
Durante exatamente 365 dias da minha vida eu esperei anciosamente que outro fevereiro chegasse, de preferência acabando com a minha angústia e pelo bem da minha saúde mental.
Não era obsessão, não era orgulho ferido, não era raiva, mas também não sei dizer o que era. O que sei dizer é o agora: SATISFAÇÃO!
Satisfação de ter chegado lá, satisfação de ver que todas aquelas vezes que pensei: "Calma, Daiane, vai valer a pena" não foram em vão.
Valeu a pena as lágrimas contidas e as derramadas, as broncas, o cansaço, as dores de estômago por conta da grande quantidade de café necessária pra me deixar acordada numa irritante aula de geografia.
Valeu a pena conter a ira que tomava conta, valeu a pena ver TANTA coisa errada que acontecia e não dizer nada, só pra não perder o direto de usar um colete amarelo que me economizava em média R$500,00 ao mês.
Valeram a pena as 5 horas de sono diárias e as 19 horas de leituras, de exercícios, de mudanças no ar condicionado ou de pó de giz. Nunca senti que não ia suportar, NUNCA, pelo contrário, cada dia eu tinha mais vontade de continuar. O porte físico é pequeno, mas resistente.
Valeu a pena largar tudo o que foi conquistado anteriormente pra conquistar mais, ouvindo críticas ou lamentações, afinal faz parte... 90% das pessoas que criticam não tem noção da importância desse singelo primeiro passo.
Isso, só o primeiro. Não é garantia de sucesso pra ninguém, mas é o primeiro passo para ele.
A quantidade de pessoas a quem devo parte dessa conquista não é muito pequena, mas a principal merece destaque: OBRIGADA, DAIANE! VOCÊ AGUENTOU, VOCÊ CONSEGUIU!

"TUDO VALE A PENA, SE A ALMA NÃO É PEQUENA..." - Fernando Pessoa.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O que se pode aproveitar.

Afinal, isso é um blog pessoal, e eu não deveria me importar em expressar aqui o que sinto, o que penso. Mas não é assim.
Não só comigo, muita gente tem dificuldade pra dizer o que se passa em sua massa cinzenta.
Até que enfim, lá se vai mais um ano. Quase junto com ele, vai também mais um ano completo de vida pra mim. Não costumo pensar muito sobre isso, mas chega uma hora que precisamos parar e perguntar: O que aprendi?
Sinceramente? Não sei listar. O tempo anda sufocando tanto nossas vidas, que raramente paramos pra anotar o que vimos de diferente em um só dia, imagine em um ano.
Ah, a faculdade! A tão sonhada universidade pública que nos faz pensar que nos livramos do maldito vestibular, o fim do colégio, aquilo que te obrigam a frequentar desde que se conhece por gente, os 18 anos, a maioridade. Chegou a fase em que todos pensamos ser donos do mundo, de nossas vidas e de nossas vontades. Poderia dizer que é a fase que todo adolescente espera aflito e que todo adulto ou idoso gostaria de reviver.
E por mais que tenhamos aproveitado essa fase ao máximo, parece que nunca foi o suficiente.
2009 não foi lá o melhor ano da minha vida, mas garanto, foi o ano em que mais aprendi e que com certeza vou me lembrar quando sentar numa cadeira de balanço para contar histórias aos meus netos (Ah, como que queria que minha avó pudesse ter feito isso com frequência!).
Dizer que a decisão de estudar na melhor universidade do país não foi a melhor que já tomei, parece irônico, mas não é. Foi bom sim, viver longe de casa, ter minha parcial independência, fazer novos amigos. Isso tudo fez com que valesse a pena cada aperto no coração, seja por saudade de casa, dos amigos e do namorado ou por medo. Fez-me ver o quanto o que quero fazer na minha vida é bonito e me deu certeza do quanto sou apaixonada pela matemática, porém, não pela matemática computacional. E para quem gostaria de uma boa explicação por ter deixado tudo pra trás, aqui está. Foi a vontade que senti de chorar numa das odiáveis aulas de Estrutura de Dados que me trouxe de volta. Se eu imaginei o que eu teria que enfrentar? Sim. Mas por incrível que pareça, não me arrependi. Ter que voltar, recomeçar do zero pra poder entrar em outra faculdade nunca me assustou, mesmo sabendo que isso poderia demorar mais do que imaginei. E realmente vai demorar. Recomeçar vai me custar mais do que más línguas e julgamentos, vai me custar mais um ano de estudos, de batalha, de garra e foco (aliás, estudar nunca foi problema pra mim, pra quem pensa que estou aqui por desistir de ser alguém), pelo contrário.
A primeira coisa que me perguntei, óbvio, foi: Por que não fiquei aqui? Por que já não tentei mais um ano ao invés de ir direto pra onde eu passei?
Talvez seja por isso que considero 2009 um ano de alguns erros, tanto de ter ido, tanto de ter voltado antes do tempo. Mas se devemos buscar o que realmente nos faz feliz, aqui estou eu. E me considero vitoriosa desde já, pois sei que há pessoas com essa mesma vontade porém sem coragem, assim como ouvi pessoas dizendo: "Se eu não passar esse ano, eu vou fazer uma outra qualquer mesmo...", sabendo que isso nem se quer passou pela minha cabeça, porque sei o que quero pra mim, assim como vejo pessoas humilhando a outras por não terem conseguido e nem se quer ter me ofendido, pelo contrário, tive pena, pois não se tira nada de proveitoso humilhando outra pessoa. E viva 2010, viva o MEU ano, seja ele de erros ou acertos, venham os meus 19 anos, o ano a mais de curso pré-vestibular, a estaca zero, o recomeço, os meios que modificarão o fim.
E se todo mundo acha que cometi erros, como eu disse que considero, pode ser que seja sim. Mas se tudo tem um propósito, eu sei o meu: O que ganhei/perdi em 2009, o que vivi e aprendi, principalmente, são coisas que nenhuma aprovação imediata me daria.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Aquiete-se.


Aquiete-se coração, que logo logo a chuva passa.
Aquiete-se, que quando menos esperar tudo volta ao normal.
Logo logo o tempo passa, traz novos ares, novas alegrias e novas borboletas no estômago.
Aquiete-se e espere. Mais cedo ou mais tarde, a hora de bater desesperadamente, esperando por coisas boas vai chegar. A paz vai voltar, a alegria e satisfação vão mostrar a cara novamente.
A tristeza, o vazio vai passar. Darão lugar a boas lembranças, boas imagens e vai tornar tudo num simples passado, não muito bom, mas passado.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

À frente.


Outubro, mês das crianças.
É, até eu ganhei presente. É sempre bom lembrarmos dos bons tempos que não tínhamos que pedir por presentes mesmo que por brincadeira, eles simplesmente vinham.
12 de Outubro de 1999. Eu, com então 8 anos, não estava completamente feliz. Em meu diarinho, que conservo até hoje, como de costume, passei o dia todo a escrever:
"Hoje é dia das crianças, mas eu não estou assim tão feliz. Ganhei vários presentes legais, mas sabe, daqui há 10 anos, não será mais o meu dia e eu não vou mais ser criança, vou ser uma adolescente. Deve ser tão chato!". Foram lágrimas sinceras. Lágrimas de medo do futuro que estava a me esperar ancioso, pois o tempo passou tão depressa. Aqui está a "adolescente" que tinha medo de crescer, que nem imaginaria que se lembraria desse dia.
Ao todo, não estou triste. O tempo passa e temos que nos adaptar com as mudanças, que podem doer, que podem fazer sofrer, mas no fundo nos fazem muito felizes afinal, estamos evoluindo. Faz parte do ciclo da vida.
Assim como faz parte eu estar aqui, depois de exatamente 10 anos, escrevendo esse texto completamente sem nexo ou motivo, mas eu não poderia deixar passar em branco.
E da mesma maneira em que naquele dia escrevi com minhas várias canetinhas em poucas linhas de um humilde caderninho a quem chamava de amigo, hoje escrevo de frente pra um computador que poderia ser o meu, poderia ser o seu, poderia ser qualquer um, usufruindo da evolução tecnológica que esse tempo trouxe, que o tempo passou, mas eu ainda tenho medo do futuro que me espera.
E se eu não souber lidar com ele?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

À vocês, um sorriso.

Já que sorrir é sempre o melhor remédio, que tal distribui-los por aí?
Quem sabe sorrindo, conseguimos entender tanta coisa que, à mim e talvez à você, não tem justificativa.
Talvez sorrindo eu consiga entender porque, por exemplo, tem gente querendo esconder o "lixo" dentro do armário, impedindo que o povo sinta seu mal cheiro, em plena véspera de eleições. Ou seja, talvez eu consiga entender porque diabos as pessoas adoram se afundar, e sozinhas.
Quem sabe sorrindo eu consiga saber o porquê da "preferência" aos negros em universidades, e pior ainda, porque ainda há pessoas que defendem isso dizendo ser uma maneira de inclusão, sendo que não passa, isso sim, é de uma grande contradição, pois se negros merecem ser iguais aos outros, também deveriam concorrer à uma vaga igual assim como os outros. Se alunos de escola pública têm benefícios, não adianta querer dizer que é porque têm baixa renda, só é uma maneira de admitir que o ensino público é o setor que menos desenvolveu ou melhorou nos últimos 20 anos. E sim, eles sabem perfeitamente disso, mas é mais plausível tampar o sol com a peneira (ou tentar).
Talvez com um sorriso eu saiba porque tantas pessoas precisam de uma pandemia como a que estamos vivendo para resolver comer bem e ter higiene, assim de uma hora pra outra. Será que ninguém sabia que era necessário lavar as mãos ou comer vegetais? Será que ninguém sabia que não há só um tipo de doença que transmissível assim, mas MUITAS outras piores também?
Será que sorrindo eu consigo descobrir porque ninguém havia percebido antes o quanto era prejudicial incentivar a auto-medicação através da mídia?
Vai ver, sorrindo eu entendo porque há tantas pessoas capazes de fazer passeatas, manisfestações e homenagens com número tão grande de pessoas para seus ídolos, mas não são capazes de fazer isso por seus ideais, por seus direitos e valores?
Será que foi sorrindo que o "comandante" da maior cidade metropolitana do país achou melhor proibir o tráfego de ônibus fretados, afim de diminuir o trânsito, sabendo que destes dependiam milhares de trabalhadores e que, com isso, esses milhares vão se tranformar em milhares de veículos a mais nas ruas?

É.. só me resta uma coisa:
HAHAHA!!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Aos que ficaram pra trás.


Como é bom olhar para mim e saber que estou fazendo valer a pena cada passo dado em frente. É bom lembrar dos velhos amigos, do tempo de pré-adolescência e rir dos planos que tanto fazíamos. Como tudo seguiu um rumo diferente (infelizmente!).
O sonho de ser arquiteta teve que ser deixado de lado, afinal a vida não é nem um pouco barata. Garra para conseguir um pouco além disso? Talvez não houve. A vontade de ser modelo foi substituída pela vontade (ou loucura) de constituir uma família aos 18 anos, pelo menos assim foi deixada de lado a vida de "Cobiçada" ou "Tocada por muitos" (se é que vocês me entendem). E a falta de sonhos?.. Essa sim continua viva e sendo alimentada pela vida comum, porém pacata e sem maiores perspectivas. Cada um é feliz do seu jeito. Mas, e quanto aos nossos sonhos de infância, de juventude precoce? E quanto aos planos que fazíamos, a amizade eterna que jurávamos, os sonhos que queríamos realizar? Capacidade qualquer uma teria, mas a vida.. O que a vida, as circunstâncias, as influências não mudam em cabeças fracas? Os olhares brilhantes e orgulhosos de quem nos via voar alto dessa maneira tinham certeza que chegaríamos lá, que seríamos mais do que jovens sonhadoras, hoje olham com preocupação, incerteza, medo.
Apesar disso, somos amigas. Se um dia precisarem de mim, eu estarei aqui pra ajudá-las, mas ao mesmo tempo, não me arrependo de ter me despedido um dia para lutar pelos meus sonhos de adolescência que, na minha opinião, nunca deveriam ter sido apagados ou esquecidos. Talvez se todas tivessem feito o mesmo, nossa amizade seria como juramos um dia. Não, isso não é uma crítica, mas não me arrependo dos passos dados sozinha. Afinal, não me vejo dando seus mesmos passos. Passos para talvez, lugar nenhum.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Felicidade em cápsula.


Pois é, a reação dessa coisa aí (sim, química nunca foi minha matéria preferida), chamada metilenodioximetanfetamina, fez mais uma vítima essa semana.
Nem de perto éramos amigas, mal sei se trocamos um simples "Oi" na uma semana que ela permaneceu na mesma sala de aula que eu no ano passado, mas sinceramente, sinto muito por ela ter perdido a vida da maneira que perdeu.
Mas o que fazer? Ela era linda, sim, e bem grandinha pra saber o que queria da vida ou não.
Queria que alguém pudesse me responder: Porque pagar um preço tão alto por uma ou duas horas de "bem estar"?.
Denomino-me careta. O tal Ecstasy toma conta de tantas vidas por aí, a maioria da minha mesma idade, e não sei ao menos o motivo porque ela é tão poderosa assim.
Ouvi dizer que ele aumenta a sensualidade, a autoconfiança, o sentimento de segurança e de confiança de quem dele usufrui. Mas me disseram também que pode causar taquicardia, aumento de pressão sanguínea, dores musculares, entre outros e soube, além disso, que Marília*, ao experimentá-lo, teve três paradas cardiorespiratórias e, fatalmente, um infarto. Sim, com 17/18 anos de idade ela pagou com a vida o instantâneo prazer.
Talvez se ela tivesse afogado as mágoas com as amigas, assim como todos fazem, se reunindo pra fazer pipoca de micro-ondas e assistir uma boa comédia, daquelas que você assiste, ri pelas próximas 5 horas e ainda tem a vida toda pra rir de novo da mesma cena ao contar o filme para os amigos que não o viram, ou se reconhecesse como é bom amar, mesmo que o mundo ás vezes tente mostrar o contrário, ela estaria aqui, nesse mundo, viva. Talvez se ela tivesse preferido ficar em casa, ouvindo a mãe dela dizer: "Filha, você precisa arrumar o seu quarto" ao invés de fazer o que fez, ela teria arrumado o quarto e poderia ter achado no meio daquela bagunça uma foto velha, aquela foto preferida que ela procurava há tanto tempo... e estaria aqui. Talvez se ela tivesse escolhido deixar tudo pra lá, ligar o rádio no último volume com seu CD de músicas dançantes preferido, e se deixar levar por sua própria mente, dançando, cantando... A sensação de felicidade seria a mesma e ela estaria aqui.
Talvez se ela não tivesse se deprimido tanto há ponto de apelar pra essa solução, talvez se ela tivesse pensado: "Isso é pouco perto do valor das coisas boas que tenho em minha vida!", talvez se ela fosse menos curiosa pra certas coisas, talvez se ela percebesse antes o quanto a vida dela valia, ela não teria dito: SIM, EU ACEITO. Se ao menos ela soubesse que esse desenho bonito faria mal ao seu coração e o faria parar para sempre.
Meus sinceros sentimentos à família, que sempre deve, nesses casos, se perguntar onde erraram. Isso não é, nem de brincadeira, uma crítica. Afinal, cada um sabe os caminhos a seguir, as decisões, o que se pode fazer para se sentir bem ou não, e nem se quer posso saber qual escolha minha me levará ao mesmo rumo, mas fico feliz em preferir, nas horas em que preciso reconhecer como é bom ser feliz, a pipoca de micro-ondas (com manteiga e brigadeiro depois), a bagunça do meu quarto, o amor (o meu amor, os meu amores, os que me amam) e meu CD de músicas dançantes preferido.

*Por respeito, o verdadeiro nome foi omitido.