segunda-feira, 13 de abril de 2009

Permito-me.


Dizem que somos aquilo que acreditamos ser, e eu concordo plenamente, mas me permito ser aquilo que não quero também.
Odiaria ser astronauta, mas adoraria ver mais de perto as estrelas.
Eu odeio sentir saudades, mas me permito lembrar e relembrar as coisas e pessoas, fatos e expressões que fizeram parte da minha vida, deixando marcas tão grandes que são impossíveis de serem esquecidas.
Eu odeio raiva, brigas, desapontamentos, desentendimentos, mas me permito expressar, seja gritando, xingando, fazer aquilo que meu corpo e minha mente desejam e sem me arrepender depois, pois sei que a vontade de matar alguém vai passar e o que fiz terá sido apenas momentâneo... Ué, a vida não é feita de momentos?
Eu odeio errar (e quem ama?), mas me permito aprender, tentar de novo, errar mais, errar menos, errar mais ou menos.
Eu odeio tristeza, sofrimento, mas me permito ter meu momento, sentir a ferida, seja chorando, refletindo, me calando, nem que esse momento seja curto (e deve ser!).
Eu odeio injustiça, mas me permito ser injusta comigo mesma, pois quando a culpa for realmente minha, vai doer menos... Já saberei o que fazer, pois já terei aprendido.
Eu odeio julgamentos, mas me permito ser o que interpretam de mim, seja bom ou não. E a primeira impressão não é a que fica, mas sim aquela que fez com que quem te conhecesse pensasse mais detalhadamente e reparasse em você.
Eu odeio infantilidade, mas me permito voltar a ser criança quando quero, brincar com meus velhos gizes de cera, ter canetas com cheirinho de fruta, cadernos de bichinho, comer uma barra de chocolate sozinha sem medo de espinhas ou celulite. Pular, dançar e cantar sem saber como, chupar 500 tipos de sorvetes diferentes só porque são coloridos, gastar as moedas do troco do ônibus em algodão doce.
Me permito estar aqui escrevendo esse texto sem nexo e sem sentido, mesmo sabendo que minha leitura me espera (sei que ela vai entender), podendo achar ele bonito ou feio, sem ter que pensar: Isso está errado! Talvez seja errado pra você, mas quanto á mim, nem preciso dizer...
Schopenhauer tinha razão: Viva a vontade (e à vontade!).